“No início de 2020 ninguém sabia com o que iria lidar. A Covid- 19 estava no outro lado do mundo; puxa longe, né!”, relata a responsável pelo Departamento de Compras da Secretaria de Saúde e Saneamento (Semsas), Lidiane Fraida Nunes Camícia. Para logo emendar que “talvez essa fosse um pouco da sensação geral”. Exceto para os profissionais da saúde. Por aqui, nossos profissionais da saúde, médicos, infectologistas e vigilâncias epidemiológicas já estavam super preocupados, ninguém queria passar por uma situação dessas na pele”, diz e acrescenta “era visível a preocupação no semblante de cada um, a preocupação com o que viria, a preocupação com os seus”, conta.
“No início de 2020 ninguém sabia com o que iria lidar. A Covid- 19 estava no outro lado do mundo; puxa longe, né!”, relata a responsável pelo Departamento de Compras da Secretaria de Saúde e Saneamento (Semsas), Lidiane Fraida Nunes Camícia. Para logo emendar que “talvez essa fosse um pouco da sensação geral”. Exceto para os profissionais da saúde. Por aqui, nossos profissionais da saúde, médicos, infectologistas e vigilâncias epidemiológicas já estavam super preocupados, ninguém queria passar por uma situação dessas na pele”, diz e acrescenta “era visível a preocupação no semblante de cada um, a preocupação com o que viria, a preocupação com os seus”, conta.
E, diante do quadro que se instalou no Brasil a partir de março de 2020, o medo das equipes passou a ser palpável, real. A Covid-19 deixou de ser um problema chinês e ganhou rostos em todo o mundo. Logo, em uma velocidade inimaginável, o vírus se transformou em uma epidemia mundial, a pandemia. Em Sorriso, o primeiro caso suspeito foi registrado em 28 de fevereiro e foi descartado na sequência. Assim, o município confirmou o primeiro caso positivo em 1º de maio e de lá para cá os números só avançaram. Enquanto isso, Lidiane conta que dentro da Semsas, tiveram as reuniões para tentar entender o que era melhor a ser feito e como lidar com as pessoas que já estavam em pânico, não paravam.
Junto a isso, o município começou a viver problemas comuns às demais cidades. Mesmo com dinheiro em caixa, não conseguia comprar insumos como EPIs, medicamentos, equipamentos. “Tínhamos dinheiro em caixa, mas nenhum fornecedor com produtos a pronta entrega”, destaca Lidiane. E começou a correria da equipe: eram ligações e pessoas trabalhando 24 horas em função das compras e cobrando a entrega dos produtos: no administrativo o secretário de Saúde e Saneamento, Luís Fábio Marchioro e a equipe buscavam novas alternativas. “A maioria dos fornecedores pedia 90 dias para entrega e nós precisando para aquele dia; ninguém estava preparado. Os valores subiram de forma exorbitante, passávamos o dia todo atrás de insumos”, relata Lidiane.
“Foi tudo muito tenso e exaustivo. No início da pandemia, tínhamos a sensação de que as pessoas estavam mais conscientes do que hoje: chegaram a atender aos pedidos e reduzir aglomerações. Muitos conseguiram ficar em casa e a equipe da saúde continuava lá, cuidando do município”, diz Lidiane. Mas 2020 chegou ao fim e quem imaginou que 2021 seria diferente, descobriu que o tempo de “respirar” e “desafogar” ainda não havia chego.
Para Lidiane, que viveu na pele as consequências da Covid-19, a esperança está na eficácia da vacina – que ainda irá demorar para ser aplicada em grande parte da população; na empatia pelo outro demonstrando amor por meio do cuidado. “E crer em Deus, ter muita fé”, pontua. “Pois de nada adianta UTI, médicos, medicamentos se o nosso corpo não reagir. É preciso ter muita fé em Deus e orar pela nossa própria reação”, diz.
No início de março, a profissional testou positivo para a Covid-19. Com muita falta de ar, Lidiane ficou internada cinco dias no Hospital Regional de Sorriso. “Eu estava bem, trabalhando quando de repente comecei a passar muito mal. Meus colegas me carregaram até o Hospital de Campanha e fiquei no oxigênio até conseguir vaga para o Regional”, relata, explicando que sentiu muita pressão na cabeça, conjuntivite, dores no corpo, falta de olfato, até a saturação cair ao ponto de ser levada para o HC. Lá, os colegas que estão na linha de frente tentaram monitorar a saturação e restabelecer, o que não foi possível, acarretando na internação no HRS.
Foram cinco dias na enfermaria do Regional em que Lidiane viveu o seu próprio drama e o drama de tantas outras famílias. “Ao meu lado tinha uma senhorinha que gritava “me acode, me acode!”. Os médicos fizeram de tudo, a filha acompanhou, mas infelizmente ela não resistiu. Outra senhora, ao meu lado também foi uma das vítimas fatais”, relata. “Agradeço a Deus por mais essa chance, por essa nova vida. A ele, aos profissionais e à minha família, todo meu reconhecimento”, frisa.
Ao sentimento de gratidão de Lidiane, junta-se o agradecimento da paciente Carla Elisa Tedesco Ferreira, que ficou internada no Hospital de Campanha Municipal por cinco dias. Carla começou a sentir os sintomas no dia 3 de março. Passou por consulta e retorno e como os sintomas evoluíram ficou internada no HC entre os dias 16 a 20 de março.
A paciente destaca que só tem a agradecer a Deus e a equipe do HC. ”Recepção, enfermeiras, técnicos, médicos, fisioterapeutas, psicóloga, nutricionista, higienização, todos foram fantásticos comigo, me acolheram com muitos cuidados e muito zelo”, diz. “A todos eles meu muito obrigada por tudo. Voltei para casa e com muita gratidão e peço a Deus que abençoe infinitamente cada um da equipe do Hospital de Campanha para que possam continuar com a missão de ajudar mais pessoas a voltar para suas famílias”, completa.