Município investiu R$ 440 mil de recursos próprios; meta é zerar a fila de espera
Dona Raimunda Ferreira tem 75 anos de idade e há 48 anos convive com sérios problemas de audição. Com o olhar atento a tudo, dona Raimunda, com a ajuda da filha Maria Bárbara, conta um pouco dessa história. É com a ajuda de Maria Bárbara que dona Raimunda relata que vivia na roça, trabalhava com carvão. “Tava grávida de mim e pegou muita chuva na cabeça, deu muita dor de ouvido; saiu um líquido preto”, pontua Maria Bárbara. Como a mãe não tinha acesso a outra medicação, Maria diz que ela tentou tratar com infusões caseiras e o zumbido nunca mais foi embora. A partir daí, a dor de ouvido e o zumbido se tornaram íntimos de dona Raimunda; até ela perder a audição completamente.
Uma história que ela busca reverter hoje com a ajuda da filha. Dona Raimunda acaba de passar por uma consulta e segue para a aplicação de um aparelho auditivo. Expectativa no olhar de mãe e filha. E que já vem com um alerta da profissional: é muito tempo sem ouvir, dona Raimunda vai precisar de acompanhamento por pelo menos quatro meses, que é o período de adaptação. “No início ela vai ouvir muito chiado, precisará acompanhar”, explica a fonoaudióloga, Thayane Soares.
Na recepção e também na expectativa, fazendo companhia a dona Raimunda, estava a dona Maria Valim Cordeiro, 83 anos. Com dificuldades para ouvir desde 2016, dona Maria espera que agora possa ir à missa e acompanhar tudo o que o padre está dizendo de longe – e também ouvir a música e acompanhar todas as conversas no Centro de Convivência da Pessoa Idosa. E quem também está feliz com a novidade é a Leide, filha da dona Maria. “É uma benção ela voltar a ouvir tudo certinho; agradecemos o auxílio do Município nisso”, frisa.
Dona Raimunda e dona Maria integram a lista de 200 pacientes que desde ontem, 26 de setembro, estão passando pelos consultórios das fonoaudiólogas Thayane Soares e Bruna Antunes para a colocação da prótese auditiva. Todas as próteses foram adquiridas pelo Município via Consórcio Intermunicipal de Saúde Vale do Teles Pires. Ao todo, o Município investiu R$ 440 mil de recursos próprios e, de acordo com o secretário de Saúde e Saneamento, Sílvio Stolfo, deve zerar a fila que contava com pacientes à espera da prótese auditiva desde 2015.
Thayane e Bruna pontuam que é recompensador atuar justamente na aplicação dos aparelhos. “Você vê a expectativa, o olho brilhando e com isso vem a volta à vida social”, diz Bruna. “Muitos, ao apresentar dificuldades para ouvir vão deixando de conviver em sociedade; com o retorno da audição, automaticamente há um retorno da qualidade de vida”, salienta Thayane.
Para o prefeito Ari Lafin, que estava presente ontem, 26, no início das consultas e aplicações, “ver esse sorriso e esse brilho no olhar dos pacientes emociona qualquer um”. E para quem tiver qualquer dificuldade auditiva, independente da idade, Ari destaca que o Município oferta atendimento, para isso, é só procurar a Unidade de saúde da Família mais perto da residência.
DA ASSESSORIA