O primeiro caminhão do país movido a biometano proveniente da suinocultura
foi oficialmente apresentado ao público nesta quinta-feira (28), durante visita da
ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, ao
município de Sorriso.
Equipado com um motor híbrido movido a biometano e também por óleo diesel,
o protótipo foi desenvolvido por meio de uma parceria entre a Universidade do
Vale do Taquari (Univates) e a Nutribrás Alimentos, empresa pioneira no
processo de suinocultura autossustentável no Brasil.
Para o deputado estadual Xuxu Dal Molin (PSC), que acompanhou a
apresentação ao lado da ministra Tereza Cristina, a iniciativa da empresa
reflete “a responsabilidade ambiental do setor produtivo durante o processo de
industrialização”.
“Chegamos num período em que não basta somente produzir alimentos. É
imprescindível que a produção esteja associada a novas tecnologias a fim de
minimizar os impactos ambientais. Quem imaginaria ser possível utilizar
dejetos suínos no abastecimento de caminhões? Um empreendedor visionário,
atento ao comportamento do mercado e comprometido com as futuras
gerações”, afirmou Dal Molin enaltecendo a iniciativa da empresa sorrisense.
“Quanto mais ando pelo Brasil, maior é minha admiração pelo o que o setor
produtivo vem fazendo pelo país. São inúmeros projetos desenvolvidos e
mantidos com recursos próprios. São empreendedores que vão muito além da
produção, eles querem contribuir com o país e isso é muito gratificante”,
complementa Tereza Cristina.
Segundo o diretor presidente da Nutribrás Alimentos, Paulo Lucion, a próxima
etapa do projeto consiste no aperfeiçoamento do protótipo e, em breve,
expandir a tecnologia para os demais veículos da frota da empresa que inclui
veículos leves, caminhões, ônibus e tratores agrícolas.
“Estamos cientes da nossa responsabilidade social e ambiental. Poder
contribuir com o desenvolvimento da cadeia produtiva da suinocultura é algo
inexplicável”, disse o executivo ao lembrar que a empresa foi uma das
primeiras a utilizarem biodigestores para o tratamento dos resíduos orgânicos.
Por meio deste processo, os dejetos suínos passam por tratamento específico
para a extração de biogás e biofertilizantes revertidos, respectivamente, na
redução do custo de energia elétrica e em adubo orgânico capaz de
potencializar as lavouras de soja e de milho.
“Essa mudança proporcionou a criação de um novo ciclo de produção. Os
suínos são alimentados com ração composta de soja e milho. Por sua vez, os
rejeitos orgânicos retornam para a cadeia produtiva seja como adubo, energia
elétrica e, a partir de agora, como combustível de caminhões”, finaliza Lucion.
Fonte: Michel Ferreira de Souza/Assessoria
Fotos: Walisson Crystian Soares dos Santos/Divulgação