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Sorriso: Condess diz “sim” às lombadas eletrônicas

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Em caráter de teste, equipamentos devem ser instalados em quatro pontos mais críticos

Sim. Já passou da hora de Sorriso se modernizar. “Somente quebra-molas e placas não resolvem mais e precisamos mudar nossos métodos”. A frase foi proferida na manhã desta quarta-feira (29) pela arquiteta e urbanista Nicole Saraiva. A profissional integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Condess) de Sorriso, que, de forma unânime, disse “sim” à instalação de lombadas eletrônicas no perímetro urbano do Município.

A princípio, seguindo o parecer do Condess, os equipamentos devem ser instalados, em caráter de teste, em quatro pontos da cidade. Após este período e, em se comprovando a eficiência dos equipamentos, aí a luz verde se acende para o processo seguir de acordo com o planejado pela Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Defesa Civil (Semsep).

O inspetor da Polícia Rodoviária Federal Leonardo Ramos, que também integra o Condess e presidiu a comissão de análise é muito claro ao garantir: “nossa delegacia já administra quatro equipamentos como estes e a experiência é positiva, visto que as lombadas eletrônicas instaladas no perímetro urbano da BR-163 em Sorriso são responsáveis pela não ocorrência de muitos acidentes”.

O tema está sendo pauta de análise do Conselho desde o início de agosto, após reunião do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) em que foi dado o “start”  para um processo mais amplo de avaliação do pregão 33. À época, a licitação, que tinha por objetivo a instalação destes redutores de velocidade nos pontos mais críticos da cidade, acabou causando repercussão negativa junto à opinião pública e foi temporariamente suspensa.

É indústria da multa? Ainda em julho, durante a reunião do GGI, o prefeito de Sorriso, Ari Lafin, já havia deixado bem claro: “Não estamos querendo criar uma indústria da multa, até porque estes dispositivos são aqueles bem visíveis, não é o pardal escondidinho; o que estamos querendo é reduzir os acidentes, evitar que pessoas sejam feridas por conta do trânsito, e, principalmente, evitar mortes”.

Assim como ele, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sorriso (ACES), Sávio Júnior Zaniolo, é favorável ao projeto-piloto. “É preciso cuidar da vida das pessoas, assim como dos recursos públicos”. Como homem dos números, contador por profissão, o representante da classe empresarial de Sorriso sabe bem que, além de evitar mortes, as lombadas podem também evitar gastos por internações, cirurgias e atendimentos em vítimas de acidentes.

Já parou pra pensar que, com menos acidentados, as unidades de saúde podem dedicar mais orçamento, tempo e profissionais para a saúde preventiva e cirurgias eletivas, por exemplo?

Isso sem levar em conta as sequelas emocionais, a ausência no trabalho, as perdas financeiras para os autônomos que precisam parar por um tempo para se recuperar, ou o pior de tudo, ter de dizer adeus para sempre a alguém que você ama por conta de um acidente.

Quem também traz outro prisma de análise acerca da questão é o Major PM Inácio Moraes,  igualmente integrante do Condess e tendo igualmente votado sim às lombadas eletrônicas. “Foi um trabalho muito produtivo, pudemos discutir a fundo todos os elementos apresentados, que subsidiam o argumento para a instalação das lombadas”, explicou o policial, contextualizando que a redução de velocidade pode sim reduzir acidentes. E aí, com menos acidentes com vítimas, em que a PM tem de atuar conjuntamente ao Corpo de Bombeiros, as guarnições podem ampliar rondas ou desenvolver outras ações no combate à criminalidade.

A partir de agora, com o “sim” do Condess, que é formado por 30 membros efetivos da sociedade civil, representantes de classe, do Executivo, Legislativo e do Judiciário, serão definidos os pontos estratégicos para a instalação dos redutores de velocidade. Por quanto tempo o teste? Ainda não está fechado este dado, mas o inspetor Leonardo Ramos já antecipou que, no mínimo, são necessários 90 dias para subsidiar a análise.

Quer um tiquinho mais de informação? Vamos lá:

O processo de licitação das lombadas eletrônicas que está disponível no Portal Transparência, no site da Prefeitura, traz todos os detalhes desde o início do processo.  O valor global da licitação, na casa dos R$ 2,5 milhões anuais, prevê a instalação de até 42 redutores, por meio de locação. Estes equipamentos devem ser dispostos em 13 pontos mais críticos.

A licitação de determinado bem ou serviço é o processo necessário para que a Administração Municipal possa fazer esta compra ou contratação, sempre com base nos alicerces da transparência, economicidade e qualidade. No entanto, o fato de ter determinado item licitado não implica necessariamente em sua compra ou contratação na totalidade.

E justamente aí que mora o “X” da questão. O trabalho da equipe da Licitação é justamente baixar os valores de referência mantendo a qualidade do serviço prestado. Neste caso específico, o valor mensal do aluguel de cada equipamento foi estimado em R$ 4.406,33, mas por meio do pregão, o valor final ficou em R$ 3,5 mil, reduzindo assim aquele teto de R$ 2.248.006,32 para R$ 1.764.000,00.

Texto: Nádia MastellaFotos: Reginaldo de Souza