A possível pré-candidatura do presidente da Câmara de Boa Esperança do Norte, José Marcos Pereira, o Marcão da Boa Esperança (MDB), a deputado estadual em 2026, vem gerando tensão e desconforto político no município mais novo do Brasil. O movimento, considerado prematuro e arriscado, pode colocar em risco alianças estratégicas e comprometer a chegada de novos investimentos à cidade, que ainda vive um processo de consolidação administrativa e institucional.
Desde sua emancipação de Sorriso, em 2023, Boa Esperança do Norte tem sobrevivido graças às emendas parlamentares e ao apoio direto de deputados estaduais que abraçaram a causa do município, destinando recursos para saúde, infraestrutura e educação. Entre os parlamentares que mais têm trabalhado pelo crescimento da cidade, destaca-se o deputado Dilmar Dal Bosco (União Brasil), reconhecido como um dos grandes parceiros do desenvolvimento local.
Lideranças políticas de Boa Esperança avaliam que a movimentação de Marcão, que está em seu primeiro mandato e foi eleito com apenas 162 votos, pode gerar ruídos políticos e afastar deputados que hoje garantem recursos essenciais. O vereador, filiado ao mesmo partido do prefeito Calebe Frâncio (MDB), vem tentando se projetar politicamente, o que tem causado mal-estar entre integrantes da base governista.
A cidade, que ainda não possui número de eleitores suficiente para eleger um deputado estadual, enfrenta o desafio de fortalecer sua unidade política e preservar o diálogo com as lideranças que têm sustentado seu crescimento. O temor é que a ambição do presidente da Câmara transforme o sonho pessoal de ascensão política em um pesadelo coletivo, prejudicando uma população que ainda depende fortemente de apoios externos.
Analistas políticos apontam que Boa Esperança do Norte vive um momento decisivo: precisa escolher entre manter a união institucional e a parceria com os deputados que ajudam a cidade ou correr o risco de se isolar politicamente em meio a disputas antecipadas e falta de maturidade de suas novas lideranças.