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Produtores de Mato Grosso ampliam práticas sustentáveis e ajudam a reduzir emissões de carbono

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Foto MT Notícias


Estudo da Esalq e Embrapa mostra que o plantio direto e a rotação de culturas sequestram até 1,9 tonelada de CO₂ por hectare ao ano. Aprosoja MT destaca que o produtor mato-grossense alia produtividade e preservação ambiental.

O agronegócio de Mato Grosso, responsável por alimentar o mundo e impulsionar a economia nacional, também tem se tornado um exemplo de sustentabilidade. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) destaca que os agricultores do Estado vêm adotando técnicas modernas e responsáveis, como o plantio direto e a rotação de culturas, que reduzem emissões de gases de efeito estufa e promovem a preservação do solo e dos recursos hídricos.

De acordo com o presidente da entidade, Lucas Costa Beber, Mato Grosso deve semear cerca de 13,2 milhões de hectares de soja nesta safra, área que será utilizada também para o cultivo da segunda safra de milho. Ele cita um estudo desenvolvido pela Esalq/USP em parceria com a Embrapa, que aponta que o sistema de plantio direto de soja seguido de milho sequestra, em média, 1,9 tonelada de dióxido de carbono (CO₂) por hectare ao ano.

“O Brasil possui um modelo agrícola único. Nosso clima permite duas safras por ano, o que aumenta a produtividade e, ao mesmo tempo, contribui para a captura de carbono, evita erosão e protege os mananciais. O produtor brasileiro reconhece que preservar o solo é garantir o futuro da própria produção”, afirmou Beber.

Além dos benefícios ambientais, o modelo também traz vantagens econômicas, segundo ele. O aumento da matéria orgânica do solo melhora a retenção de água, reduz custos de produção e diminui a necessidade de expandir novas áreas agrícolas. “Nossa agricultura é ambientalmente correta e economicamente eficiente. O manejo conservacionista aumenta a produtividade e fortalece a sustentabilidade do setor”, reforçou.

Entre os exemplos práticos está o de Marlise Paetzold Marafon, produtora rural e coordenadora do núcleo da Aprosoja em Sapezal, que há mais de 30 anos alia tradição e inovação no campo. Ela adota o plantio direto e a rotação de culturas em todas as suas áreas, práticas que, segundo ela, garantem maior durabilidade ao solo e reduzem o impacto ambiental.

“Durante a estiagem, o solo permanece coberto, o que ajuda os microrganismos a sobreviverem. Economizamos combustível, reduzimos erosão e evitamos que a chuva leve a matéria orgânica. Alimentamos o mundo e preservamos o meio ambiente — isso é motivo de muito orgulho”, afirmou.

A Aprosoja-MT reforça que a preservação ambiental vai além de políticas globais e depende da atuação diária dos produtores rurais, que investem em tecnologia, manejo responsável e inovação. “Cada produtor que pratica o plantio direto e faz rotação de culturas está ajudando a frear as mudanças climáticas e a garantir um futuro sustentável para as próximas gerações”, conclui a entidade.