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Produtor de Sorriso é investigado por furto de energia elétrica em propriedade rural

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A prisão e posterior soltura do produtor rural Gilberto Eglair Possamai, o Beto Possamai, em Sorriso, escancaram um dilema recorrente em Mato Grosso: até que ponto as operações de combate ao furto de energia conseguem gerar resultados concretos diante das interpretações jurídicas que cercam os flagrantes?

Possamai, de 56 anos, foi detido na quarta-feira (27) durante a operação Energia Limpa, deflagrada pela Energisa em parceria com a Polícia Civil. A ação investigava irregularidades no consumo de energia em sua fazenda, localizada às margens da MT-560. Técnicos identificaram adulterações no medidor, divergência em lacres e até irrigadores em funcionamento sem registro no sistema oficial.

Apesar dos indícios técnicos, a Justiça determinou sua soltura já no dia seguinte, durante audiência de custódia. Para o juiz Arthur Moreira Pedreira de Albuquerque, não havia configuração de flagrante, já que o produtor não foi surpreendido cometendo o delito, não houve perseguição imediata e nenhum objeto diretamente ligado à fraude foi encontrado em sua posse.

A concessionária afirma que o caso é parte de uma estratégia de monitoramento que combina inteligência artificial, perícia técnica e inspeções presenciais. Segundo o coordenador regional Danilo Rezende, outras grandes propriedades também estão sob investigação.

“O furto de energia prejudica toda a sociedade e não será mais tolerado. Quem cometer esse delito será responsabilizado”, reforçou.

O episódio ganhou ainda mais repercussão por envolver um nome de peso no cenário político local. Possamai já foi suplente da ex-senadora Selma Arruda e mantém influência no meio rural, o que ampliou o debate em torno do caso.

O episódio evidencia um ponto sensível: de um lado, concessionárias e órgãos de segurança tentando coibir práticas que geram prejuízos milionários ao sistema; de outro, o entendimento da Justiça sobre a validade de provas técnicas diante da exigência de flagrante.