Cinco suspeitos foram presos; polícia investiga possível envolvimento de fornecedores e uso de substâncias tóxicas no processo

Uma operação integrada da Polícia Militar, Polícia Civil e Politec resultou no fechamento de uma fábrica clandestina de cerveja em Nova Mutum (MT). O barracão, localizado no bairro Cidade Bela, funcionava há pelo menos quatro meses e já havia colocado em circulação cerca de 10 mil caixas de bebidas adulteradas em toda a região.

Cinco pessoas foram presas em flagrante durante a ação. A descoberta foi possível graças a denúncias de moradores, que relataram movimentações suspeitas e o forte odor químico que saía do local.

No galpão, os policiais encontraram garrafas reutilizadas sem esterilização, equipamentos improvisados e ambiente em condições precárias de higiene. Rótulos e tampinhas falsificados eram aplicados para simular marcas conhecidas, e os produtos eram vendidos no comércio a preços abaixo do mercado.

De acordo com a Polícia Militar, a produção chegava a 900 caixas por semana, garantindo aos criminosos lucro superior a 100% por engradado.

Um dos pontos mais graves observados pela polícia foi o uso de soda cáustica, produto altamente tóxico. A suspeita inicial é de que ela era utilizada para retirar rótulos originais, mas a Politec investiga se também teria sido aplicada no conteúdo da bebida.

“Estamos analisando todo o material apreendido. Caso seja comprovado o uso da soda cáustica na composição da cerveja, o risco de intoxicação para os consumidores é altíssimo”, alertou um perito criminal.

As investigações apontam que o financiamento do esquema vinha de fora de Nova Mutum, enquanto os executores atuavam diretamente no galpão. Além disso, há indícios de que parte da bebida adulterada poderia ter sido adquirida de cervejarias regulares, o que agora será apurado pela Polícia Civil.

O barracão foi lacrado e todo o material apreendido passará por perícia técnica. Os cinco presos responderão por adulteração de bebidas alcoólicas, crime que pode resultar em pena de até 8 anos de reclusão.

A Polícia Civil prossegue com as investigações para identificar a cadeia de fornecedores e possíveis conexões do grupo criminoso com empresas do setor.

Ato de coragem da criança expôs violência doméstica; mãe foi presa e Conselho Tutelar acompanha o caso

Um simples bilhete foi decisivo para salvar a vida de uma menina de apenas 9 anos em Sorriso (397 km de Cuiabá). A criança, vítima de constantes agressões, escreveu às pressas a palavra “SOS” e a frase “liga para o meu pai” e lançou o papel por cima do muro do conjunto de kitnets onde vivia com a mãe. O gesto de desespero chegou às mãos de um gerente de construtora que, ao perceber a gravidade da situação, chamou imediatamente a Polícia Militar.

Ao chegarem ao local, os policiais encontraram a menina com a mãe, de 38 anos. A criança confirmou ter escrito o pedido de socorro e relatou que sofria agressões frequentes, além de manifestar o desejo de morar com o pai.

Durante a abordagem, os militares constataram lesões visíveis nos braços e pernas da menina, sinais compatíveis com maus-tratos. Diante da gravidade do cenário, a mãe foi presa em flagrante pelos crimes de agressão e abandono de incapaz. O Conselho Tutelar foi acionado e o pai da criança também compareceu para acompanhar os procedimentos.

Para a Polícia Militar, o bilhete representa um ato de coragem. “Foi a forma que ela encontrou para romper o silêncio. Esse gesto de bravura permitiu que ela fosse resgatada e tivesse a oportunidade de receber a proteção necessária”, relatou um dos policiais que atendeu à ocorrência.

O caso reforça a necessidade de atenção redobrada da sociedade para sinais de violência contra crianças. A participação da comunidade foi fundamental: sem o olhar atento do trabalhador que encontrou o bilhete, a situação poderia ter continuado oculta.

A Polícia Civil investiga o caso e o Conselho Tutelar já estuda medidas de proteção para garantir a segurança e os direitos da menina.

Delegado explica que não havia provas conclusivas para prisão em flagrante; investigação técnica vai definir se houve fraude ou conflito comercial

O caso de um suposto furto de energia em Sorriso, registrado na última segunda-feira (29), levantou dúvidas e trouxe à tona um impasse entre a concessionária Energisa e os proprietários de um restaurante da cidade. Pai e filho foram conduzidos à delegacia sob acusação de ligação clandestina que teria causado prejuízo estimado em R$ 16 mil, mas foram liberados após decisão da Polícia Civil.

Segundo a concessionária, durante vistoria no estabelecimento foram encontradas irregularidades como a ausência do medidor de energia e indícios de desvio no fornecimento. O representante regional da Energisa destacou que esse tipo de prática compromete todo o sistema elétrico. “O furto de energia é um crime que sobrecarrega a rede e prejudica toda a sociedade. Nossa atuação busca garantir que os responsáveis sejam penalizados e que a energia seja distribuída de forma justa para quem paga suas contas em dia”, disse.

No entanto, os acusados apresentaram documentos e protocolos do Procon, alegando que a troca do medidor havia sido feita pela própria empresa. Diante da contradição, o delegado Bruno França optou por não converter a condução em prisão.

“Furto de energia é crime permanente e pode resultar em prisão em flagrante. Mas neste caso específico, havia um desacordo comercial em andamento e documentos que impossibilitavam ter certeza absoluta da fraude. Seria precipitado decretar a prisão sem provas conclusivas”, explicou o delegado.

O inquérito foi instaurado e será conduzido pelo delegado Paulo, com apoio de perícia especializada. O objetivo é identificar se realmente houve adulteração ou se trata apenas de um conflito contratual entre consumidor e concessionária.

“É um caso atípico. A perícia será decisiva para determinar se houve ou não furto de energia”, reforçou França.

Apesar da decisão pontual, o delegado alertou que o chamado “gato” de energia continua sendo crime de natureza permanente. “Quem for flagrado desviando energia elétrica pode ser preso a qualquer momento. O que muda é que, neste episódio, não havia elementos suficientes para a prisão”, disse.

Os investigados seguem em liberdade, mas poderão responder judicialmente por furto, previsto no artigo 155 do Código Penal, cuja pena pode chegar a quatro anos de detenção caso a fraude seja comprovada.

Homem de 33 anos afirmou ser amigo do PM Raylton Mourão e relatou ter participado da emboscada sem saber que se tratava de um homicídio; prisão integra a Operação Moeda de Sangue

A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira (30), em Cáceres (220 km de Cuiabá), Vitor Hugo da Silva, de 33 anos, suspeito de ter atuado como piloto da motocicleta usada na execução da personal trainer Rozeli da Costa Souza Nunes, morta a tiros no início de setembro, em Várzea Grande.

Em relato preliminar ao delegado Bruno Abreu, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Vitor afirmou que recebeu R$ 500 do soldado da Polícia Militar Raylton Duarte Mourão para participar da ação. Ele disse que foi chamado pelo policial, a quem considerava amigo, para uma “missão” sem detalhes sobre o objetivo.

Na madrugada do crime, Vitor pilotou a moto usada para encurralar Rozeli, enquanto Raylton efetuava os disparos. O pagamento teria ocorrido no dia seguinte.

Vitor foi localizado em Cáceres após ação conjunta entre a Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Sua prisão faz parte da segunda fase da Operação Moeda de Sangue, deflagrada para aprofundar as investigações sobre a morte da personal.

Além da prisão, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em Rosário Oeste, em endereços ligados a um amigo do PM Raylton. Numa oficina, numa residência e numa propriedade rural, os policiais apreenderam uma picape Montana, uma motocicleta Tornado e celulares. A moto apreendida não foi a utilizada no dia da execução, mas teria sido empregada semanas antes no monitoramento da casa da vítima.

De acordo com o delegado Bruno Abreu, o depoimento de Vitor ainda será aprofundado. “Foi uma conversa inicial de apenas um minuto. Perguntei a ele: ‘foi você?’. E ele respondeu que pilotou a moto. Disse que não sabia que seria para praticar um homicídio. Agora vamos ouvi-lo com calma e detalhar sua participação”, explicou o delegado.

O soldado da PM Raylton Mourão já havia confessado ser o autor dos disparos que mataram Rozeli. A investigação agora busca identificar todos os envolvidos no crime e apurar a motivação da execução.

Uma ação da Polícia Militar de Sorriso resultou na prisão de cinco pessoas suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas, na noite desta segunda-feira (29), em uma kitnet localizada no bairro Rota do Sol. A ocorrência foi desencadeada após denúncia anônima repassada pelo 190.

Durante a abordagem, os policiais encontraram homens e mulheres em frente ao imóvel, com malas e sacolas, em atitude suspeita. Na revista, foram apreendidos entorpecentes já embalados para a venda, entre eles pasta base de cocaína, cocaína e maconha.

De acordo com a PM, os suspeitos seriam oriundos de Sinop e teriam ligação com uma facção criminosa. As investigações iniciais apontam que a droga tinha como destino a comercialização em Sorriso.

O sargento Almeida, que coordenou a ação, destacou que a polícia manterá firme o enfrentamento ao crime organizado.

“Não vamos aceitar que pessoas de fora venham à cidade para cometer crimes. Quem quiser vir para trabalhar será bem-vindo, mas, para o tráfico, a resposta da Polícia Militar será de enfrentamento e tolerância zero”, afirmou.

Os cinco suspeitos e todo o material apreendido foram levados à Delegacia de Polícia Civil, que dará sequência às investigações. A Polícia Militar informou que seguirá intensificando as operações de combate ao tráfico de drogas na região.