A Polícia Civil de Sorriso realizou, nesta quarta-feira (3), uma operação que terminou na morte de Luiz Afonso da Cruz Palheta, apontado como um dos criminosos mais perigosos em atividade recente no município. O suspeito reagiu à abordagem e entrou em confronto armado com os policiais na região da Linha Celeste, onde estava escondido.

De acordo com o delegado Bruno França, o investigado era oriundo do Pará e acumulava uma extensa ficha criminal. Em Sorriso, teria ligação direta com três homicídios ocorridos nos últimos 45 dias, além de roubos, sequestros, tráfico de drogas e atuação como liderança em uma facção criminosa.

“Trata-se de um criminoso de altíssima periculosidade, envolvido em vários crimes graves. A resposta da Polícia Civil foi rápida e eficiente, neutralizando uma ameaça que vinha trazendo instabilidade à cidade”, afirmou França.

Na casa onde ele se escondia, os policiais encontraram armas, munições, rádios comunicadores, coletes balísticos, fardamentos semelhantes aos usados por forças policiais e placas falsas de veículos. Segundo a investigação, ele recebia abrigo de pessoas ligadas a atividades de segurança privada, que agora estão na mira da polícia.

Apesar da morte do suspeito, as investigações continuam. A Polícia Civil já identificou outros comparsas que permanecem foragidos e trabalha na análise de celulares apreendidos para rastrear a atuação do grupo.

“Esse resultado mostra o empenho e a dedicação da nossa equipe em dar respostas rápidas. Mas ainda temos outros criminosos a capturar e não vamos descansar até que sejam responsabilizados”, completou o delegado.

A Polícia Civil reforçou que a operação mostra a capacidade de reação das forças de segurança locais, que têm atuado de maneira estratégica no combate ao crime organizado em Sorriso.

A Polícia Civil prendeu uma mulher suspeita de envolvimento direto na execução de Gabriel Feitosa Silva, de 24 anos, em Sorriso. O que chamou a atenção dos investigadores foi o fato de que ela teria incluído o próprio filho, um adolescente de 12 anos, nas ações criminosas, utilizando-o como uma espécie de “vigia” durante o sequestro da namorada da vítima.

De acordo com o delegado Bruno França, a mulher é integrante antiga do Comando Vermelho na região e já havia tentado assassinar outros dois jovens em agosto deste ano. Desta vez, segundo as investigações, ela participou de todas as etapas do crime: preparação, sequestro, cárcere privado e execução. “Ela levou o filho menor para participar em uma espécie de ‘categoria de base’, o que é inexplicável. O adolescente ficou responsável por vigiar a jovem sequestrada enquanto o companheiro dela era torturado e morto”, afirmou o delegado.

O caso chocou a cidade. Gabriel e a namorada foram sequestrados após serem acusados de ligação com uma facção rival. O jovem teria sido torturado e morto por estrangulamento, com a execução transmitida por videochamada para outros membros da facção. Seu corpo foi encontrado no Rio Lira, com uma pedra amarrada para afundá-lo. A motocicleta dele também foi jogada no rio, mas acabou localizada pelo Corpo de Bombeiros.

A companheira de Gabriel foi mantida em cativeiro, vigiada pelo adolescente de 12 anos, e posteriormente liberada pelos criminosos, mas expulsa da cidade. Já o local da execução foi identificado em uma área de mata no bairro Morada do Bosque, onde os chinelos da vítima foram encontrados. Segundo o delegado, Gabriel já havia relatado à mãe que estava sendo ameaçado de morte pela facção.

Além da mulher e do filho, outros dois criminosos, que usavam tornozeleira eletrônica, também foram presos sob suspeita de participação no sequestro e assassinato. A Polícia Civil segue em busca de outros envolvidos no crime, que reforça a presença cada vez mais violenta das facções em Mato Grosso.