Um vídeo que mostra o padre Luciano Braga Simplício, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, ao lado da noiva de um fiel dentro de uma casa paroquial em Nova Maringá (392 km de Cuiabá), gerou intensa repercussão nas redes sociais e dividiu opiniões na pequena cidade, que tem pouco mais de 5 mil habitantes. O caso, que rapidamente ganhou grande alcance online, está sendo investigado pela Diocese de Diamantino, responsável pela paróquia.
As imagens, registradas na segunda-feira (13), mostram o momento em que o noivo da jovem arromba as portas do quarto e do banheiro da casa paroquial, após o padre se recusar a abrir. Ao entrar, o homem encontra a noiva escondida e chorando embaixo da pia do banheiro. O vídeo viralizou e levantou suspeitas sobre uma possível relação entre ela e o sacerdote.
A Polícia Civil informou que a mulher, de 21 anos, registrou um boletim de ocorrência por divulgação indevida de imagens, pedindo que as gravações não continuem sendo compartilhadas nas redes sociais.
Do outro lado, o padre Luciano Braga Simplício negou qualquer tipo de envolvimento com a fiel. Em áudio divulgado nas redes sociais, ele afirmou que tudo não passou de um mal-entendido e que a mulher teria pedido abrigo para tomar banho e dormir na casa paroquial, após ter sido vítima de um assalto.
“Quando eu estava tomando banho, ouvi ela gritando ‘tem gente, tem gente’. O pessoal já estava bravo, querendo falar comigo. Não teve nada. O problema é que, quando eles chegaram, eu tinha ido tomar banho e ela não queria ser vista, porque já tinha sido assaltada e ficou com medo. Era 23h e pouco”, explicou o padre.
Luciano reforçou que “não houve nada além disso” e que a situação foi mal interpretada pela comunidade e pelas redes sociais.
Em nota, a Diocese de Diamantino confirmou que abriu uma investigação canônica para apurar a conduta do padre e esclarecer os fatos.
“Comunicamos que, tendo em vista o bem da Igreja e do povo de Deus, todas as medidas canônicas previstas já estão sendo devidamente tomadas. Pedimos a compreensão e a oração de todos”, diz o comunicado.
De acordo com o Código de Direito Canônico da Igreja Católica, padres do rito latino são obrigados ao celibato e não podem manter relações afetivas ou sexuais. A violação desse voto é considerada uma infração grave, podendo resultar em advertência formal, suspensão das funções sacerdotais ou, em casos mais sérios, redução ao estado laical — quando o padre deixa oficialmente de exercer o ministério.
A decisão sobre as sanções cabe ao bispo diocesano, que avalia se o caso pode ser resolvido localmente ou se deve ser encaminhado ao Vaticano.
Enquanto isso, o caso continua em apuração tanto pela Igreja Católica, quanto pelas autoridades civis, e a comunidade de Nova Maringá segue dividida entre críticas e manifestações de apoio ao padre.