Quatro pessoas foram presas; servidor confessou participação e colaborou com as investigações
Uma grande operação policial deflagrada neste sábado (25) em Sorriso expôs um esquema criminoso de venda ilegal de veículos apreendidos. A investigação foi conduzida pela Polícia Civil, sob o comando do delegado Bruno França, em parceria com a Secretaria Municipal de Segurança Pública, liderada pelo coronel Denardi, que levou a denúncia às autoridades após detectar irregularidades internas no setor de liberação de veículos.
Segundo o delegado Bruno França, a investigação revelou uma associação criminosa que subtraiu 69 veículos do pátio municipal. Os automóveis e motocicletas, muitos com problemas documentais, eram retirados ilegalmente, tinham documentos falsificados e eram revendidos a terceiros de boa-fé, gerando um prejuízo estimado em R$ 1,5 milhão.
“Fomos procurados pela Secretaria de Segurança, que desconfiou de irregularidades. As investigações comprovaram que um servidor público estava envolvido em um esquema de retirada ilegal de veículos. Ele confessou o crime e colaborou com a investigação, apresentando provas que ajudaram a desmantelar a quadrilha”, explicou o delegado Bruno França.
Durante as buscas, os policiais encontraram peças automotivas, equipamentos para remarcação de chassi e documentos falsificados, o que reforça a existência de um esquema estruturado. O delegado destacou que as prisões e apreensões são apenas o começo e que o trabalho agora é rastrear os veículos desviados e o dinheiro obtido de forma ilícita.
O secretário de Segurança Pública, coronel Denardi, elogiou o empenho da Polícia Civil e destacou a postura da gestão municipal ao enfrentar o problema com transparência:
“Assim que identificamos indícios de irregularidades, comunicamos a Polícia Civil e afastamos o servidor suspeito. A investigação confirmou o envolvimento de apenas um guarda municipal, que acabou colaborando com as autoridades. Foi um caso isolado, que não representa a conduta da nossa corporação”, afirmou.
Denardi ressaltou ainda que a operação demonstra o compromisso da administração pública com a ética e o combate à corrupção:
“É sempre doloroso quando um servidor se desvia de suas funções, mas nosso dever é agir com firmeza. Não vamos permitir que a imagem da Guarda Municipal seja manchada por atitudes individuais. Nosso papel é servir à população dentro da legalidade”, pontuou.
O coordenador da Secretaria de Segurança, Márcio Pires, também lamentou o episódio, mas destacou que a pronta resposta das instituições reforça a seriedade com que o caso foi tratado:
“Trabalhamos há anos para construir credibilidade junto à população. Esse episódio triste serve de alerta e mostra que estamos vigilantes. A corrupção não tem espaço dentro do serviço público”, afirmou.
Até o momento, quatro pessoas foram presas, incluindo o servidor que confessou e colaborou com o inquérito. Os demais detidos têm histórico de crimes ligados a falsificação e receptação de veículos roubados.
A Polícia Civil continuará com as diligências para recuperar os veículos desviados e identificar outros possíveis envolvidos. A operação permanece em andamento, e novas prisões não estão descartadas.

