O assassinato brutal da fonoaudióloga Ana Paula Abreu Carneiro de Oliveira, de 33 anos, chocou Sinop (478 km de Cuiabá) neste domingo (24). A vítima foi morta com cerca de 20 facadas dentro da residência onde morava com o companheiro, Lucas França Rodrigues, que confessou o crime em depoimento à Polícia Civil.
De acordo com as investigações, Lucas permaneceu por horas no quarto ao lado do corpo da vítima. Durante esse período, ele enviou fotos de Ana Paula já sem vida para familiares, incluindo o próprio irmão, que vive em Brasília, e uma irmã da vítima. Foi por meio dessas mensagens que os parentes tiveram conhecimento do crime.
Em interrogatório, o agressor afirmou que pretendia se matar após o feminicídio, chegando a ingerir medicamentos e até colocar uma faca no próprio pescoço. Ele relatou ainda que estudava “Escatologia”, doutrina sobre o Fim dos Tempos, e que esse teria sido um dos pontos de discordância com Ana Paula. Na véspera do crime, o casal teria discutido por conta desse assunto.
No dia do assassinato, Ana Paula estava no quarto tomando café quando foi surpreendida com diversos golpes de faca. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Policiais militares relataram que encontraram Lucas em estado de surto psicótico. Na casa, foram apreendidas três facas com vestígios de sangue.
Segundo a Polícia Civil, a ausência de vizinhos nas residências próximas contribuiu para que ninguém ouvisse os gritos de socorro da vítima durante o ataque. “Foi um crime brutal, com mais de 20 facadas. Se houvesse alguém nas casas vizinhas, certamente teria escutado os pedidos de ajuda”, destacou a investigação.
O caso segue sob apuração e reforça a gravidade da violência contra a mulher em Mato Grosso, estado que tem registrado altos índices de feminicídio.

