O prefeito de Sinop, Roberto Dorner (PL), afirmou nesta quarta-feira (26) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é “carta fora do baralho” e que não exerce mais liderança sobre a direita no país. A declaração ocorre um dia após Bolsonaro ser preso para cumprir a pena de 27 anos de reclusão por tentativa de golpe de Estado, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Durante a campanha eleitoral, Dorner se apresentou publicamente como bolsonarista, repetiu o discurso do ex-presidente em agendas e entrevistas e reforçou o alinhamento com o PL nacional postura mantida até a abertura das urnas, quando sua vitória foi confirmada com 68,95% dos votos. Após a confirmação da reeleição, o prefeito passou a adotar tom mais independente em relação ao ex-chefe do Executivo.
Agora, o discurso mudou.
“Eu sou PL. Bolsonaro não é dono do partido, nem é dono da direita. Eu sou direita. Por isso, vou continuar sendo direita e não vou dar bola para Bolsonaro. Bolsonaro é uma carta fora do baralho, já está preso. Temos que olhar para o futuro”, declarou Dorner.
A relação entre os dois já era desgastada. Durante a campanha, Bolsonaro esteve em Sinop para apoiar a adversária do prefeito, Mirtes da Transterra (Novo), e impediu que Dorner subisse na caminhonete usada na carreata. O gesto gerou mágoa pública e se refletiu nas urnas, já que Mirtes terminou derrotada.
Com Bolsonaro preso e politicamente enfraquecido, Dorner disse que pretende apoiar outro nome na eleição presidencial de 2026.
“Precisamos de um candidato de centro-direita que faça a diferença no nosso Estado e no nosso Brasil. Quem está no poder precisa ter cuidado em declarar apoio agora. Política muda, e você pode se comprometer antes da hora. Governamos com todas as forças políticas”, afirmou.
O prefeito evitou citar nomes, mas deixou claro que sua aliança com Bolsonaro ficou no passado diferentemente do que sustentou publicamente durante toda a campanha que lhe garantiu a reeleição.