A demora na regularização das chuvas em Mato Grosso tem acendido um alerta entre produtores rurais e lideranças do agronegócio. Mesmo após o fim do vazio sanitário da soja, em 6 de setembro, os números mais recentes do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que menos de 25% da área prevista foi semeada. A Aprosoja-MT avalia que a falta de precipitações contínuas tem limitado o ritmo do plantio, aumentado o risco de falhas de estande, necessidade de replantio e encurtamento da janela ideal para o milho segunda safra.
Segundo o presidente da entidade, Lucas Costa Beber, o cenário é desafiador em praticamente todas as regiões do estado. “O andamento do plantio chegou a 21%, mas muitas previsões de chuva não se confirmaram. Já estamos na segunda quinzena de outubro e ainda há áreas com mais de dez dias de estiagem. Isso afeta diretamente o desenvolvimento das plantas e pode causar falhas, má distribuição e até necessidade de replantio. É um plantio desafiador, porque mesmo com o ritmo acelerado, ainda falta segurança climática”, pontuou.
A Aprosoja alerta ainda para o impacto econômico que a instabilidade climática pode gerar. Em um ano de margens mais apertadas e custos elevados, o replantio representa um peso financeiro significativo. “Cada replantio aumenta o custo de produção e pressiona a rentabilidade. O produtor precisa decidir entre arriscar a janela da segunda safra ou conviver com perdas na produtividade”, destacou Lucas Beber. A entidade segue monitorando o avanço da semeadura e reforça a importância de políticas de crédito mais acessíveis para enfrentar os efeitos do clima e garantir o equilíbrio financeiro do setor.

