As mortes de Gabriel Dembogurski, 36 anos, subsecretário de Infraestrutura Rural e Serviços Urbanos de Guarantã do Norte, e de sua companheira, Julia Barbieri, 22 anos, abriram mais um capítulo trágico envolvendo suspeita de violência doméstica no município. Os dois foram encontrados sem vida na manhã de sexta-feira (21), nos fundos da casa onde moravam. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de feminicídio seguido de suicídio.
O caso só foi descoberto após o filho de Gabriel entrar na residência e localizar os corpos caídos no quintal. Em choque, o jovem correu até um comércio próximo para pedir ajuda, momento em que a polícia foi acionada.
Embora a descoberta tenha ocorrido apenas pela manhã, os indícios apontam que os disparos aconteceram na véspera, por volta das 22h. Vizinhos relataram ter ouvido tiros à noite, mas afirmaram que o comportamento não era incomum na propriedade, o que dificultou a percepção de que algo grave havia ocorrido.
Horas antes da tragédia, o casal participou de um encontro familiar. Parentes relataram que Gabriel demonstrou incômodo com rumores envolvendo a companheira e chegou a abordá-la sobre o assunto, ainda durante a reunião. Apesar disso, não houve discussão aparente e o casal deixou o local caminhando para casa.
A cena encontrada pelas equipes da Polícia Militar, Polícia Civil e Politec revelou os dois corpos na parte externa da residência. A perícia técnica recolheu indícios que podem esclarecer a dinâmica dos disparos, incluindo posição dos corpos, distância dos tiros e possíveis marcas de luta ou reação.
A Polícia Civil mantém investigação aberta e aguarda os laudos oficiais para confirmar o que de fato ocorreu naquela noite. Até o momento, não há informações sobre registros anteriores de violência doméstica envolvendo o casal.
O caso reacende o debate local sobre prevenção, sinais de alerta e fragilidades no enfrentamento da violência doméstica problema que, silenciosamente, atravessa diferentes perfis sociais, econômicos e profissionais.