A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, repercute como um choque no sistema de segurança pública estadual. Fontes foi assassinado na noite de segunda-feira (15) em Praia Grande, litoral paulista, em emboscada que mobilizou imediatamente uma ampla força-tarefa policial. A perda de quem foi símbolo de enfrentamento ao crime organizado agrava ainda mais a necessidade de respostas rápidas.
Durante mais de quatro décadas de carreira, Fontes construiu um legado marcante. Ele era conhecido por sua atuação firme contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), organizando investigações estratégicas e responsável pela denúncia de membros da alta cúpula da facção, inclusive figuras históricas como Marcola. Ativo em unidades como Deic, Denarc, DHPP e Decap, ocupou cargos de alta liderança e combinou atuação policial especializada com firme compromisso institucional em São Paulo.
Sua morte não é apenas uma tragédia pessoal, mas simbólica. Muitos colegas, autoridades e organizações de segurança pública afirmam que Fontes representava “voz da lei” — alguém que, mesmo sob risco, atuava com coragem para desarticular organizações criminosas que desafiam o Estado. Suas ações políticas e operacionais foram alicerces de investigações com impactos duradouros na luta contra o narcotráfico e o crime organizado em São Paulo.
Imediatamente após o crime, o governo paulista declarou que a investigação seria tratada como prioridade máxima. Uma força-tarefa foi mobilizada, envolvendo tanto a Polícia Civil como Militar, com apoio de equipes especializadas para localizar os suspeitos e coletar evidências. Departamentos especializados, como o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), também foram acionados para dar suporte técnico e investigativo.
Os atos do delegado-geral expõem a urgência de manter estruturas investigativas firmes e políticas públicas voltadas ao enfrentamento das facções criminosas. A mobilização pós-assassinato reflete não só uma resposta institucional ao crime, mas também reconhecimento público do valor de quem dedicou décadas à função policial, muitas vezes arriscando a própria vida.

