Centenas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na tarde deste domingo (7), Dia da Independência, na Praça 8 de Abril, em Cuiabá. O ato contou com discursos, faixas e palavras de ordem contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre as principais pautas levantadas estavam a anistia irrestrita aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e o apoio ao ex-presidente Bolsonaro, que responde a processos no STF por suposta tentativa de golpe de Estado. Uma faixa estendida no local estampava a frase: “Golpe é eleição sem Bolsonaro”.
Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes empunharam bandeiras do Brasil, mas também dos Estados Unidos, em sinal de alinhamento político. Alguns cartazes faziam referência ao ex-presidente americano Donald Trump, como a inscrição: “Lei Magnitsky. Moraes cartão nunca mais”, em alusão às sanções americanas impostas a autoridades estrangeiras.
Durante o ato, um grupo marchou em círculos ao som da canção “Eu te amo, meu Brasil”, considerada um hino entre apoiadores do regime militar. Os gritos de ordem também marcaram a manifestação: “Sai do sofá e vem pra rua. Se o Brasil vira Cuba, a culpa é sua”.
Entre os participantes estavam figuras políticas alinhadas a Bolsonaro em Mato Grosso, como o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), a deputada federal Coronel Fernanda, o deputado federal Rodrigo da Zaeli, o vereador Rafael Ranalli e o deputado estadual Elizeu Nascimento. A organização não divulgou estimativa oficial de público.
Impedido de participar de atos públicos, inclusive de forma virtual, por decisão judicial, o ex-presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou. No entanto, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro enviou um áudio aos manifestantes de Cuiabá.
Sem citar nomes, ela criticou duramente ministros do STF, chamando-os de “perversos, tiranos e injustos”:
“Até quando vamos ter que suportar esses abusos? Ministros, vocês prometeram cumprir as leis e defender a nossa Constituição. Ela está sendo rasgada diariamente e injustiças são cometidas por alguns poucos do vosso meio que se dizem juízes, mas agem como tiranos”, afirmou Michelle.
Além da defesa dos militantes condenados pelos ataques de 8 de janeiro, o pedido de anistia também se estendeu ao próprio ex-presidente Bolsonaro. O julgamento da ação no STF deve ser concluído até a próxima sexta-feira (12), podendo definir o futuro político do ex-presidente.

