Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro tem passado por uma transformação silenciosa, mas de enorme impacto: a busca pela sustentabilidade. Muito além da produção no campo, essa mudança já começa a se refletir diretamente no cotidiano das cidades, influenciando desde a alimentação até o meio ambiente urbano.
Em municípios de referência agrícola, como Sorriso (MT) – reconhecido como a “capital nacional do agronegócio” –, práticas sustentáveis têm ganhado espaço. A introdução de tecnologias limpas, o manejo responsável do solo e o uso de energias renováveis no campo reduzem os impactos ambientais e fortalecem a economia local, que naturalmente se conecta com a vida urbana refletindo diretamente na economia do município com geração de empregos e mais renda.
Um dos efeitos mais visíveis está na alimentação. Produtos cultivados de forma sustentável chegam cada vez mais rápido e com mais qualidade às prateleiras de supermercados e feiras. Isso se traduz em alimentos mais seguros, com menor uso de agrotóxicos e processos produtivos que respeitam o meio ambiente.
Outro reflexo importante é a qualidade de vida urbana. Práticas agrícolas que priorizam a conservação de nascentes e matas ciliares garantem água mais limpa para o consumo das cidades. Além disso, o investimento em biotecnologia e energia solar no campo contribui para a redução de emissões de carbono, beneficiando a atmosfera compartilhada por todos.
Na economia urbana, os efeitos também são significativos. A cadeia do agronegócio sustentável movimenta indústrias de logística, biocombustíveis e tecnologia, gerando empregos e ampliando oportunidades de negócios nas cidades. O próprio setor imobiliário e de serviços se aquece, acompanhando o desenvolvimento rural sustentável.
Entretanto, especialistas alertam que o caminho ainda é longo. É preciso conciliar o aumento da produção agrícola com a preservação ambiental e a justiça social, para que o crescimento seja de fato equilibrado. “O agronegócio sustentável não é só uma pauta do campo, mas uma realidade que impacta diretamente quem vive nas cidades”, afirma o pesquisador Geraldo Stachetti Rodrigues, pesquisador da Embrapa que reafirma uma melhoria no solo, água e dentre propria sociedade com avanços sociais.
Seja no prato, na água que abastece as casas ou na qualidade do ar respirado, o agronegócio sustentável já mostra que suas raízes se estendem muito além das lavouras. Ele se revela como um elo vital entre campo e cidade, desenhando um futuro em que prosperidade econômica e responsabilidade ambiental caminham lado a lado.
Ney Douglas