A cidade de Peixoto de Azevedo foi palco de uma onda de violência em menos de 24 horas. Dois irmãos, identificados como Alice do Nascimento Torres, de 20 anos, e Rikelme Torres de Matos, de 18 anos, foram assassinados a tiros em crimes com características de execução.
Na madrugada desta sexta-feira (5), por volta das 4h30, a Polícia Militar foi acionada para atender a uma tentativa de homicídio na Travessa Peixoto, bairro Aeroporto. No local, a equipe médica já havia constatado a morte de Rikelme Torres de Matos, conhecido como “RK”, apontado como integrante do Comando Vermelho e com passagens por tráfico de drogas e tentativa de homicídio.
O crime aconteceu durante o velório da irmã, morta horas antes em outro atentado. Testemunhas relataram que um VW Gol preto parou em frente à residência da família e o passageiro desceu armado. Ao perceber a aproximação do atirador, Rikelme tentou se defender com uma faca, mas foi alvejado por diversos disparos na região da cabeça.
No local, a Politec recolheu cápsulas de munição calibre .380, o mesmo utilizado no assassinato da irmã. A Polícia Civil investiga o caso.
Duplo homicídio em bar
Na noite anterior (quarta-feira, 3), por volta das 22h30, Alice do Nascimento Torres foi assassinada em um bar na Rua Frederico Campos, no Centro Antigo.
De acordo com o boletim da Polícia Militar, os suspeitos chegaram em um GM Celta branco. O passageiro entrou no estabelecimento e efetuou diversos disparos com pistola calibre .380 contra Alice e Railson da Silva Fernandes, de 28 anos. Alice morreu no local, enquanto Railson chegou a ser socorrido pela UPA, mas não resistiu.
Pouco depois, o carro usado no crime foi encontrado incendiado às margens da BR-163, próximo a uma torre de comunicação, sentido Terra Nova do Norte.
O delegado Thiago Berger, responsável pelo caso, afirmou que os crimes têm características claras de execução e estão ligados à guerra de facções.
“Tudo indica que é briga de facção. As duas vítimas tinham passagens policiais e eram conhecidas pela vida criminosa. Isso não tira o foco da investigação, que é identificar e responsabilizar os autores”, ressaltou.
Segundo Berger, embora Peixoto de Azevedo tivesse passado quase um mês sem homicídios, os recentes casos confirmam que a cidade ainda sofre os efeitos da disputa pelo controle do tráfico de drogas.
A Polícia Militar e a Polícia Civil reforçam o pedido para que a população colabore com informações que ajudem na identificação dos suspeitos.

