A Polícia Civil prendeu uma mulher suspeita de envolvimento direto na execução de Gabriel Feitosa Silva, de 24 anos, em Sorriso. O que chamou a atenção dos investigadores foi o fato de que ela teria incluído o próprio filho, um adolescente de 12 anos, nas ações criminosas, utilizando-o como uma espécie de “vigia” durante o sequestro da namorada da vítima.
De acordo com o delegado Bruno França, a mulher é integrante antiga do Comando Vermelho na região e já havia tentado assassinar outros dois jovens em agosto deste ano. Desta vez, segundo as investigações, ela participou de todas as etapas do crime: preparação, sequestro, cárcere privado e execução. “Ela levou o filho menor para participar em uma espécie de ‘categoria de base’, o que é inexplicável. O adolescente ficou responsável por vigiar a jovem sequestrada enquanto o companheiro dela era torturado e morto”, afirmou o delegado.
O caso chocou a cidade. Gabriel e a namorada foram sequestrados após serem acusados de ligação com uma facção rival. O jovem teria sido torturado e morto por estrangulamento, com a execução transmitida por videochamada para outros membros da facção. Seu corpo foi encontrado no Rio Lira, com uma pedra amarrada para afundá-lo. A motocicleta dele também foi jogada no rio, mas acabou localizada pelo Corpo de Bombeiros.
A companheira de Gabriel foi mantida em cativeiro, vigiada pelo adolescente de 12 anos, e posteriormente liberada pelos criminosos, mas expulsa da cidade. Já o local da execução foi identificado em uma área de mata no bairro Morada do Bosque, onde os chinelos da vítima foram encontrados. Segundo o delegado, Gabriel já havia relatado à mãe que estava sendo ameaçado de morte pela facção.
Além da mulher e do filho, outros dois criminosos, que usavam tornozeleira eletrônica, também foram presos sob suspeita de participação no sequestro e assassinato. A Polícia Civil segue em busca de outros envolvidos no crime, que reforça a presença cada vez mais violenta das facções em Mato Grosso.

