O prefeito de Colíder, Rodrigo Benassi (PRD), afirmou que os municípios de Itaúba, Cláudia, Nova Canaã do Norte e Colíder devem registrar prejuízo estimado em R$ 6 milhões em razão das medidas de segurança adotadas na Usina Hidrelétrica de Colíder, no Rio Teles Pires. A expectativa é de que a solução definitiva leve pelo menos dois anos.
O impacto ocorre após a identificação de danos em cinco dos 70 drenos que compõem o sistema da barragem. Para avaliar a situação, a Eletrobras determinou o rebaixamento do reservatório, o que reduziu a geração de energia e afetou atividades econômicas como turismo e pesca.
Segundo Benassi, apenas Colíder deixará de arrecadar entre R$ 100 mil e R$ 120 mil por mês em royalties de energia. Em Itaúba, a perda mensal será de aproximadamente R$ 400 mil e, em Nova Canaã do Norte, de R$ 60 mil. Além disso, o turismo deve sofrer forte retração, já que marinas e pousadas perderão atratividade com a baixa do nível do lago.
A estimativa é de que, apenas no período de 45 dias da temporada de pesca, as perdas cheguem a R$ 6 milhões. O prefeito defende que os municípios impactados sejam compensados futuramente pela queda de arrecadação e pela redução da atividade turística.
O rebaixamento também levou ao cancelamento do Fest Praia 2025, em Paranaíta. A prefeitura anunciou que, nos próximos 33 dias, o nível do lago será reduzido em 17 metros, com queda diária de cerca de 54 centímetros. O aumento do nível do rio naquela região inviabilizou a realização do evento, previsto para o fim de agosto.
A Eletrobras informou que o rebaixamento é necessário para avaliação técnica e ativou o Plano de Ação Emergencial (PAE). O Ministério Público requisitou relatórios atualizados sobre a situação dos drenos, cópias dos planos de segurança e estudos ambientais realizados nos últimos cinco anos. Também foi fixado prazo de cinco dias para envio dessas informações.
A redução do nível da água já causou morte de peixes e dificultou a navegação no Teles Pires, segundo relatos de moradores. Apesar disso, Benassi avalia que, por enquanto, não é necessário acionar Brasília, pois a empresa mantém diálogo e atualizações constantes com os prefeitos.